O Brasil é a terra da praia, do sol, dos famosos biquínis. O sonho de dez entre oito pessoas é ter um corpo bonito, modelado e livre das gordurinhas indesejáveis. Por isso, as cirurgias corporais são as mais realizadas no país. A cirurgia só é feita após uma minuciosa avaliação física e de acordo com o histórico clínico do paciente, então, o médico pedirá exames sobre o estado circulatório, respiratório, imunológico e hormonal, podendo solicitar algum exame complementar. Pacientes com problemas cardíacos, hepáticos, renais, diabetes e imunodeprimidos, devem avaliar se podem ou não ser submetidos à cirurgia. Já os fumantes inveterados, alcoólatras ou toxicômanos idealmente deveriam se desintoxicar antes de qualquer procedimento cirúrgico. Outro aspecto muito importante é informar o médico sobre quais medicamentos está tomando, porque alguns medicamentos interagem com a anestesia, podendo afetar o metabolismo. Diminuir o fumo, parar de beber, ingerir alimentos leves e jejum de oito horas antes da cirurgia facilitam o andamento da operação e do pré e pós-operatório. Por isso, a lipoaspiração é uma das cirurgias estéticas mais realizadas no país. É indicada para pacientes que estão na faixa de peso normal e apresentam gorduras localizadas. Não é recomendada para tratar a obesidade em pessoas com sobrepeso. As áreas do corpo com mais gordura indicadas para a lipoaspiração são o abdome, as costas, as nádegas, as coxas e os flancos – o conhecido “culote”. Outros locais que também podem ser aspirados são queixo, axilas, braços, joelhos, pernas e nuca. Quanto à quantia de gordura que pode ser retirada, a média é 4 litros – cerca de 5% do peso. Em uma pessoa com 70 quilos, a porcentagem equivale a 3,5 litros de gordura, por exemplo. No entanto, esta média não é recomendada às pessoas com sobrepeso. Numa paciente com 150 quilos, a porcentagem da remoção de gordura seria de 7,5 litros, resultando em muita perda de sangue, gerando problemas circulatórios, além da ínfima melhora na estética, já que a pessoa continuaria obesa. A lipoaspiração também é benéfica em caso de celulite, reduzindo-a em até 50%. Neste caso, a técnica utilizada é a lipoaspiração superficial, na qual é retirada a gordura sob a pele. Além do tratamento de celulites, este procedimento é indicado em casos de flacidez da pele. Diminuir o fumo, parar de beber, ingerir alimentos leves e jejum de sete horas antes da cirurgia facilitam o andamento da operação. Geralmente depois da lipoaspiração, a paciente pode ter alta no dia seguinte. Contudo, é indicado que a pessoa não retorne de imediato às suas atividades normais. Recomenda-se o início dos tratamentos pós-operatórios, como a drenagem linfática, logo de imediato, porém vale a conduta de cada cirurgião. Após seis meses, o resultado da lipoaspiração é excelente, com cicatrizes mínimas e formas definidas. Atualmente a lipoaspiração é uma cirurgia de última geração, com cânulas minúsculas, a exemplo da lipo a laser, conhecida como Laserlipólise, na qual uma cânula de 1 milímetro de espessura é acoplada a uma fibra óptica fina e a um laser, emitindo ondas de 6 watts. A gordura é destruída, mas não afeta outros tecidos, como vasos ou a pele. Mas nem sempre foi assim. Do Método Aberto a Lipoaspiração Ultra-Sônica – Até os anos 1970, o único meio de retirar o excesso de gordura era a ressecção da pele, conhecido como método aberto,– processo que causava muito sangramento, grandes hematomas e cicatrizes enormes. Diversos médicos começaram a procurar um meio menos invasivo. Kesselring projetou uma cânula de ponta cortante, o que ocasiona lesões em vasos, órgãos e outros tecidos. Em 1974, Fisher criou o conceito de extrair a gordura através dos pequenos orifícios. Apenas em 1977, na França, que Y. G. Illouz mostrou uma cânula acoplada à uma bomba de vácuo. A gordura removida criava túneis, não afetando vasos, órgãos e nervos. Reconhecida pelas Sociedades Médicas do período, a técnica foi reconhecida e Illouz batizado de “pai” da lipoaspiração. O francês Pierre Fournier aperfeiçoou a técnica em 1984, substituindo a bomba a vácuo pela seringa descartável e aplicando a anestesia a frio que diminuía a perda de sangue. Fournier também adotou cânulas mais finas, de 3 a 5 mm. A partir de Fournier que o conceito de lipoescultura surgiu: a gordura retirada pode ser injetada em outras partes do corpo para corrigir eventuais assimetrias. Já em 1986, o dermatologista norte-americano Jeffrey A. Klein apresentou a anestesia tumescente, criando a possibilidade de aspirar diversas partes do corpo com apenas uma anestesia local e sedação, diminuindo a perda sangüínea. Marco Gasparotti, cirurgião plástico em Roma, criou em 1990 a lipoaspiração superficial, procedimento que foi muito importante no tratamento de celulites em estado avançado. O método era introduzir superficialmente cânulas, aspirando apenas a gordura localizada sob a pele. Michele Zocchi apresentou em 1991 uma técnica conhecida como Lipoaspiração Ultra-Sônica, na qual um aparelho emitia ondas de ultra-som, destruindo as células gordurosas sem aspirá-las. No Brasil, a técnica chegou em 1981, quando o francês Illouz realizou uma lipoaspiração em um curso no Rio de Janeiro. A partir disto, foi um passo para que diversos médicos brasileiros realizassem a cirurgia, trazendo inovações técnicas e colocando o Brasil no ranking de destaque. O que há de recente em lipo – Atualmente, duas novas técnicas foram acrescentadas à lipoaspiração: a Vibrolipoaspiração e a já citada Laserlipólise. Criada em 1997 por Malak, um cirurgião que possui hérnia de disco, a Vibrolipoaspiração utiliza uma cânula com um vibrador em sua base, gerando uma vibração em todas as direções, aumentando a superfície de contato com a gordura. A cânula movimenta-se sozinha sem o auxílio do cirurgião, retirando a gordura de maneira rápida e homogênea. A técnica teve grande aceitação, pois além de ser eficiente, não há desgaste para o médico. O laser na lipoaspiração O laser tem diversas finalidades, desde o tratamento de câncer a remoção de tatuagem. Atualmente utiliza-se o tratamento a laser na remoção de gorduras no intuito de diminuir os efeitos colaterais da lipoaspiração – apresentar no pós-operatório sangramento intenso, manchas roxas e possíveis ondulações na superfície da pele. Esta técnica é menos agressiva que as técnicas tradicionais, devido à associação da anestesia tumescente (dilata a camada gordurosa e diminui a vascularização), com o Laser (dissolve somente a célula gordurosa) e com as cânulas multiperfuradas. Outra vantagem é a cicatrização. As cicatrizes são significantemente menores (3mm) que a técnica normal de lipoaspiração (5mm) pois tanto a fibra óptica quanto a cânula multiperfurada são muito mais finas que as cânulas tradicionais. O sangramento diminui, uma vez que há menos traumatismo celular. Com isto, as manchas roxas também diminuem, assim como a dor pós-operatória. É uma técnica muito interessante que associa a lipoaspiração clássica com a anestesia tumescente e o Laser, resultando em uma combinação que se mostra mais efetiva que os métodos tradicionais.